3 de maio de 2016

Um Francês no Vale do Carangola - Françoise Massa



Que momento maravilhoso, saber que a história está tão viva e se aproxima de maneira única em nossos dias!

Em 1862, o jovem médico francês Alexandre Bréthel chega ao vale do Rio Carangola, na Zona da Mata mineira, contratado para administrar uma fazenda dos herdeiros de Jean de Monlevade, também francês, fundador da primeira usina siderúrgica do Brasil na cidade que hoje carrega seu nome aportuguesado. Bréthel nunca mais voltaria para a França. Estabelecido posteriormente como médico, farmacêutico e fazendeiro, viveria na região de Carangola, na divisa entre Minas, Rio de Janeiro e Espírito Santo, por 39 anos.
No início da década de 70 do século passado, a professora do Departamento de Português da Universidade de Rennes II, na Bretanha, Françoise Massa, descobre no sótão de uma casa senhorial de Rennes um conjunto de 68 cartas enviadas do Brasil por Bréthel inicialmente a um tio e, a partir da morte deste, para uma prima.
As cartas traziam descrições pormenorizadas das paisagens física, social e econômica da Zona da Mata mineira, então uma fronteira de colonização. Françoise se encanta com a riqueza das imagens e utiliza o conjunto de cartas como base para seu doutorado, cuja tese foi publicada em 1975 no livro “Alexandre Bréthel: Pharmacien et Planteur au Carangola”, com tiragem reduzidíssima de 500 exemplares e circulação quase que exclusiva entre acadêmicos da Bretanha.

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